29/09/10

Ela engoliu em seco, a traqueia feria com desaviso a ferida que lhe fazia tossir, o pulmão fechava e saía um bafo. Não opinava razão de choro de sonolência por uma saudade, nem a correria para a paragem lhe fazia suor. Faltou-lhe a respiração. Encaixou o casaco quente contra a janela e encostou a cabeça. De repente num sonho de travagens e muito relance com queda para o desvario, abriu os olhos. Só precisava de uma bicicleta para dar ao pedal e enfiar-se numa rua qualquer que fosse dar à porta dele. Só se lembra de acordar com umas palavras de encantamento e demasiadamente bonitas para a sua vista. Para ele, não lhe faz confusão o pouco tempo que a conhece, se o que se propaga pode ser visto como desanimo ou platónico, interpreta e fala como quem acordasse pela manhã com ela ao lado para lhe continuar a fazer festas como que pela primeira vez num sumário bastante volumoso. A ele as mãos movem-se no corpo dela e para não terminar numa despedida pouco afável, relembra-lhe que as coisas não são as mais difíceis de imaginar. O caminho não se faz devagar faz-se a pensar, que para ele e para ela, não existe uma separação de pessoas existe um eles. Depois do sofá estar quente correram rumo de malas ás costas, cada um no seu comboio e no seu autocarro à espera que um dia, a seguir ao outro seja a realidade não ilusória num breve abraço que os desfaz. Quando se separam, um bip e um 'não te esqueças de mim porque vou voltar'.
Serve-te de um pouco de vinho tinto, faz crescer essa ingenuidade e saboreia esses lábios transbordados de melancolia.
Fascina-me essa esmagadora forma que tu tens de te ausentar dessa tua dupla personalidade. É fictícia e nem o meu vizinho do lado que não joga com o baralho todo consegue ser tão inconsciente no mau sentido.

27/09/10

Não quero ser inevitavelmente bruta. É com estranheza que detecto que existe uma mudança num cronometro bastante quente e descontrolado que anda à solta. Não sei se é do tempo se é das noite estarem a ficar maiores mas eu noto uma deambulante miragem a divagar-me na memória. O que é um facto bastante real e quem se presencia comigo diariamente repara com um riso bastante inspirador que ando um bocado, sei lá, aérea? Se bem que é o meu estado normal, mas ultimamente é uma felicidade inteiramente ocasional e fora de controlo. A razão para isso? Até a sei muito bem e tenho-a nas minhas mãos a toda a hora. E é por esta parvoeira que me deparo com uma coisa que está distante da minha vista. Cadê daquela dureza e frieza? Sumiu. Até pode ser que não mas deve ter-se ausentado por motivos de força maior.
A verdade é que as coisas mudam de direcção num ápice e surpreendem-nos e enquanto for pela positiva.. venham elas. Algumas admito que são demasiado irónicas e têm-se cruzado comigo e eu não faço nada mais nada menos senão rir-me delas, porque chorar só se for de tanta gargalhada.
Agora mais a sério, não me tirem deste filme. Ah não sei quê, quanto mais sonhas mais alto é a queda. E daí? Têm-se sempre que dar trambolhões nas coisas só por elas não serem sempre definitivas e eternas? Deixa para lá. Aproveita-se. O sofrimento é uma coisa que se aprende a lidar e a esse só tenho acenado com um lenço e adeus meu amor, sê feliz.
Só se viraram hoje assim ao meu ouvido e sussurraram:
'Já não te via assim há tanto tempo.'
E foi logo um beijo espetado na face dessa criatura que tanto sabe de mim e me vê com olhos de ver e sabe que me antecipo numa fase que já tinha saudades de atravessar.

25/09/10

Vou meter-te hipoteticamente no meu bolso, tomar conta de ti, levar-te para casa e adormecer no teu colo com uma mão colada ao teu peito. Como da última vez, sabes? Curiosamente faz hoje sete dias.
Como de embaraço deixámos tanto por fazer, enquanto não nos salta da garganta o que de muito tenho ainda para te dizer, pode ser que a coragem que muito serve de apego ao nosso companheirismo me leve num tele transporte até ti o mais rápido possível. Sei que é um sentimento que ainda está em fase de crescimento mas a sua evolução tem sido de tal modo exorbitante que se continuar assim não sei onde é que isto vai parar, nem quero saber.
Estava habituada a escrever aqui coisas que me chateassem ou aborreciam. E agora por muito que puxe pela cabeça não me ocorre nenhuma assim que seja de um grau de importância muito elevado. Que chatice.
Quero-te ver pela sombra do meu andar.

23/09/10

-Quando é que vens para ficar?
-Ainda falta.
-Não faz mal, eu fico cá à tua espera.

22/09/10

É disto que falamos e pensamos não é? Só me falta correr no meio de letras maravilhas e ir ter contigo, já que precisar de ti se torna um hábito.

21/09/10

Ando por outras bandas, numa situação à parte da realidade que sabe muito bem! Um dia destes reformulo tudo aqui para terem uma pequena noção da grandiosidade das coisas que me estão a acontecer. Por enquanto, faltam-me as palavras.

18/09/10

Tenho diante de mim, no pouso dos meus dedos, um teclado puramente madeirense. De futura ambição uma cidade que me é de nascença naturalmente minha. Grande lisboa. Daqui a um ano vejo-me aqui, com esta casa como meu tecto, um curso de sonho, uns amigos de coração aberto a todas as horas do dia e um amor platónico, consumido neste momento, mas que nada na vida nos impede de ser quem somos quando a vontade nos transporta como um amuleto. Nuns apartes um bocado viajantes, daqui a umas horinhas, encontro-me num plano completamente invejável de quem pensa que sabe o que é ter coisas boas quando precisa. É verdade, que queria fazer disto uma rotina, que não queria um bilhete de volta áquela cidade de que tanto me reclama de custos e insultos enganosos mas com as suas pessoas maravilhosas que nunca deixo de lado. Agora, punha-me a pensar como uma doida nisto!
Vamos lá à palavra de ordem.. que é? AlVORADA! e até amanhã.

17/09/10

Viver incestuosamente numa hipocrisia é cansativo.

16/09/10

Estou numa vertigem numerosa-mente alta e de fácil queda.
É isto do amor numa transversal adulta e criança que não se sabe quando se faz e desfaz.
Um dia, quando pensares de cabeça fria, vais entender que não passou tudo de uma estratégia básica, duma pessoa que é rejeitada e só pensa que se o dono do seu coração não for dele não é de mais ninguém. Foi isso que aconteceu e tu nem deste conta.

15/09/10

Espero-te à beira da estrada pela primeira vez.
Legenda da fotografia: Entre nós é assim.

De unhas na boca numa espécie de roído muito tentador a ansiedade vem num acelerador de prego a fundo. Os sinais amarelos são intermitentes e não há passagens que se desloquem de uns pontos para os outros sem ser a nossa qualidade inflamável de muita saudade em pouca fervura. A confusão nos neurónios instala-se e para o equilíbrio numa visão de quem está de fora não se interpreta em segundos. Já é uma forma de mecanismo de defesa que coloquei nas nossas mãos. Protege-nos de quem quer saber o que não deve e confunde os abelhudos daquilo que nos prolonga dia após dia. Numa definição geral disto, realiza-se e cresce em divisão de tempo e se tu fosses palavras de todas as formas as de melhor valor seriam dirigidas a ti. Sem reservas e massacres de terceiros. Como eu sei, que isto só é valorizado e sabido por uma ínfima parte do que me rodeia, posso transbordar-me de coisas que nunca ninguém, saberá que é de ti que falo. Uma pessoa sem travões na vida, que ainda me está a ensinar o que é acreditar em alguém e saber futuramente que longe ou perto algo que nos decresce não é de mau que vem. Realmente, depois de muito pensamento e certeza poderias ter surgido um bocadinho mais cedo . E eu não te faço, nem te construo, nem te mudo, eu reconheço-te. Assim, de alto a baixo, da cintura e dos pés para cima, numa rebuscada onde tudo vale tudo e nada vale nada.
Quando me vir de novo junto a ti ?
Os meus braços vão abrir de todo no teu peito e confio-me neles e tu conduzes-me como um volante comanda um carro.

13/09/10

Tens sido a minha única bebida nos últimos dias e ando de ressaca.

11/09/10

Há devidos e determinados assuntos que devemos guardar para nós e não os devemos expor, principalmente, quando são os nossos segredos. Como o vou fazer indirectamente e ninguém sabe a quem me dirijo, eu tenho de o escrever aqui:
Estou literalmente a divagar-me num mundo à parte e tu és a causa disso. Até que enfim, que apareces-te.
Selo oferecido pela Joana, do blog 'quando me beijas a alma'
Visitem:http://fazes-memaravilhas.blogspot.com
Deixas-me o coração dormente. Continua a fazê-lo, aos poucos, com cuidado para não magoar.

10/09/10

Eu juro que choco e me cai o queixo com esta gente! É surpresas atrás de surpresas, todos os dias, isto anda mesmo atribulado e já não sei onde é que encaixo tanta mudança na minha cabeça. Um dia ainda a despeço por não conseguir sob carregar tanta coisa cá dentro (Ironia).
Que eu sabia que tu tens uma pancada das fortes, ponto assente. Até aí, tudo normal. Mas vires falar comigo num engenho de querer voltar ao que éramos ? Quê ? Não devo ter lido bem a conversa que durou horas e até ao ponto que ela chegou contigo. Já não me lembro da última vez que isto tinha acontecido. Por um lado, foi bom, mostraste-te arrependido e certo dos teus actos sem propósito durante imenso tempo. Estás a mudar ? A cair em ti ? Lindo. Bato palmas por ti, estava a ver que nunca mais chegava esse dia.
Eu pergunto-me é com indignação depois deste tempo todo, como é que ainda tens a capacidade de me surpreender desta maneira. Se eu pudesse relatava todas as palavras que saíram daí e que eu vi e senti que era esse teu lado que tu precisavas de soltar outra vez e de que eu já tinha saudades de o ver nem que fosse só por um bocadinho. Fizeste-me perguntas muito difíceis, elevaste-te num ponto muito alto e esperavas mais de mim. Se me és indiferente e se já te esqueci ? Ora bolas, agora é que te lembras disso. Tu já sabes a resposta e ela só a ti te pertence. As tuas também vou guarda-las para mim que de facto são imensamente escandalosas. Mas, não há nada como saber que afinal aquilo que nos uniu durante tanto tempo, não foi esquecido nem se tornou transparente como muitos daqueles namoros que acabam e se esquecem com outro passado pouco tempo!
Costumo ser de extremos elevadíssimos. E a verdade, se essa for certa, é que não podemos andar sempre bem nem sempre mal. Por muito meios termos que existam por serem normais neste trabalho que nos dá um trabalhão que é viver, precisa-se de dar valor ás pequenas coisas. Apercebi-me disso um bocado tarde. All right. Mas, como nunca é tarde demais para recuperar tempo perdido aqui vou eu sem ninguém para me agarrar nesta travessia. Ou bem, até tenho mas tudo coisas boas de frente o que vem detrás deixa-se lá estar bem quietinho.
É aquele bichinho que faz barulho e só adormece em sintonia.
E depois existem estes anjinhos de que eu tanto gosto e me fazem comentários destes:
'Sabes é bom ver-te a reagir assim de uma forma indiferente, ninguém te vai conseguir fazer frente e muito mais ferir. é por estas coisas que gosto de ti, deixas teu lado mais forte e mais homogéneo ir mais alto do que a tua sensibilidade (eu sei que a tens acima de tudo). Ontem quando te vi sorrir fiquei feliz. se te vir a lidar com gente imbecil de uma forma mais arrogante é porque superas tudo o que te tente magoar ou então afectar! Agora sei que não estão em tempos de conseguir sair satisfeitos de jogos ou tentativas.. Sabes é por estas coisas que vejo a tua beleza e a tua mente e porque sei sempre apreciar que algo está mal contigo através dessa tua linda cara! Tudo o que quero é ver-te bem! *'
Há coisa que nunca mudam.
A mim enerva-me solenemente esta gente que procura dar a conhecer uma coisa que não é. Não sei, sinceramente, sem ser hipócrita desta vez (Tenho-o sido muito ultimamente) o que é que chegam a atingir na sua plena consciência. Será bem-estar ou bem parecer? Devem pensar do género:' Ah deixa-me escrever isto aqui, para atingir este ou aquela, ou deixa-me pôr esta foto. Ou não ? Talvez seja bom comentários'. Oh pá, a sério, poupem-me. Eu acho graça, juro que acho. Se são assim tão indiferentes porque é que mostram o contrário tão indirectamente que chega a ser óbvio? Estou-me a dirigir para certas e determinadas pessoas. Sim, é verídico. E só não me ponho mais para aqui com falas muito aprofundadas porque para vocês enchi tanto que a pouca importância que ainda tinham já se perdeu. Estou numa fase em que me podem beliscar e eu não sinto, em que me podem mandar com baldes de água fria que eu nem estou aí, em que podem tentar chamar a atenção e não vão conseguir. Lá está a Sara, bruta, dura, agressiva e sem coração ? Não. Simplesmente guardo a outra para os que não se servem de desculpas para se mostrar de coitados aos olhos dos outros.
As aparências iludem meus amigos, não se esqueçam. Beijinhos meus para vocês.

09/09/10

Devo andar no mundo na lua porque não sinto as coisas a correrem lá fora. Estou à parte e sinto-me bem, muito bem mesmo.
Situo-me num rastilho quente sem suor e curto travar de respiração. Caminho sem saber por onde ando, num pé que estala num andar frágil e pouco dado. Não sei, se estou longe quando só se fala de perto. Oiço, de repente, uma falha do outro lado da rede comunicativa que não me chega num som sonoro. Vem a fala que dúvida da visão ao toque. São os olhos meigos que se libertam das mãos frias e exageradamente descontroladas. Para quê vir o pensamento ? Há com cada coisa que voa sem se saber se tem asas, nós podíamos tomar conta disso como uma razão para a nossa lista de motivos de como é bom termos surgido nos perdidos e achados dos nossos eu's.
Porque é que vem sempre a parte mais difícil ? Dos prós e contras. Sinto-te muito desequilibrado nestas instâncias. A vontade é dominada pelo batimento cardíaco do nosso pestanejar. A ansiedade dá-se no nosso corpo, num peso que só se torna suportável quando os nossos braços se julgarem encaixados. Deito-me redonda num chão de caruma, com uma fogueira do meu lado, as estrelas no meu ângulo de fasquia. E tu. Tu ? Tu a fazer de conta que podemos servir-nos e beber desta água que nos alimenta o resto dos dias. Porque o importante não é o tempo, é aquilo que fazemos dele quando queremos, temos.
Isto é tudo uma grande palhaçada. E sabes que mais ? Respiro de alivio por ti.
É tão mais saudável sentir o teu desaparecimento que comer 1º e 2º prato e fruta ás refeições.

08/09/10

É raro as pessoas mudarem-nos, fazerem-nos crer. Tu não me fizeste nenhuma delas. Devagarinho, sem tropeçares, formaste-me um formigueiro desinquietante. Para o tempo que é, a tua grandeza é formidavelmente extraordinária. Não me habitues mal. Se me pedires demais, eu dou-te em dose dupla, vem de todo um desejo de fácil entendimento. Não sei se é intenso. Sei que é verdadeiro e não ligeiro. Momentâneo ? Demasiado complexo em poucas palavras. Começas numa letra pouco comum e acabas numa letra das vogais. Quem és ? Ainda estou a descobrir-te e a guardar-te, mesmo na cumplicidade de um gesto.

07/09/10

Se és a minha fotocópia ? Completamente. E adoro isso.
Todos os dias são diferentes. Há dias e dias. Como há lugares. Uns mostram-nos coisas inesperadas, sem razão de ser, porque não é preciso existirem motivos para certos momentos e muito menos planear-se o que se segue. Não faço disto uma junção de palavras no meio do nada, cada uma interpreta-se em função do que tem marcado os últimos antecedentes. Parece que virou tudo uma grande volta e a visão da parcialidade do que está à nossa frente muda tão depressa que o mundo lá fora não é o que se vive lá dentro. Sei, que foi uma forma suave de me fazer ver que conseguimos ser felizes com pouco e os sentimentos que nascem e surgem sem espera são os mais fortes e resistentes.
Tenho uma espinha na garganta que não me deixa soluçar cá para fora. Deve ser das saudades.

06/09/10

Abre a porta do teu carro e vem-me buscar.

05/09/10

Dá assim uma vontade de descer para baixo, ir de escrita em alto velocidade e passar em todas as ruas do amor e dos abraços e surgir umas vozes, num coro ofuscante. Para satisfazer a sede cansativa um mergulho e um encosto no ombro à beira da fogueira da noite. Sabe-se lá, por que se vai e vem com uma saudade repentina, fortemente criada por coisas inesperadas e fora de controlo. É um sentimento que percorre as barreiras do coração e embate quando a partida nasce de amanhã. Só me falta, ouvir mais vezes sem conta, aquelas canções que nos faziam ouvir e num embaraço inverter os momentos num pensamento de deixar um sorriso rasgado e uma lágrima no olho.
Regressei de um lugar muito estranho, com pessoas de mundos alheios e a partida soube melhor que a chegada.