03/08/10

#3 LETTER TO YOUR PARENTS
A vocês os dois, sei lá. Tanta coisa. Poderia escrever-vos mais de que uma carta e transcrever tudo em imagens ou filmes. Raramente predisponho qualquer sentimento que tenha por vocês, até já têm o habituado de dizer à medida que cresço: ''Tu és amarga, nunca mostras que gostas de nós.'' E é verdade. Tento contrariar, poucas vezes mas intensas, o meu feitio que herdei de ti, pai. Sim, porque tu és um bocadinho assim e é por isso que chocamos tantas vezes, que passamos muito do nosso tempo junto a embirrar ou a reclamar um com o outro e deve-se ao facto de sermos tão parecidos na nossa personalidade fria e distante. Por outro lado, existem aqueles episódios em que passamos uns longos minutos a rirmos-nos, a brincar como se fossemos dois putos acabados de aprender anedotas ou piadas sem jeito nenhum. E é disso que eu gosto. De meios termos e extremos. A ti, mãe, neste momento teria mais que escrever do que ao homem da casa. Não é pelo que te está a acontecer que isso já sei que és um pilar forte e rijo, difícil de abater. É pela tua força. Essa sim, sou capaz de ter herdado da tua pessoa. E orgulho-me tanto que até me enche a cabeça quando dou por mim a pensar em ti.
Mas não me vou prolongar por muito mais porque isto são só palavras e sei que vocês precisam mais de acções do que outra coisa qualquer. Fartos de me ouvir já estão vocês. Não me vou pôr para aqui a dizer que sou o que sou graças aos dois porque isso é sempre mais que óbvio e evidente, nem terei de mencionar o facto de me manterem sempre debaixo de olho me enerva solenemente que o sabem, nem falarei das coisas que me proporcionam e dão porque isso não tem preço nem quantia que exceda tal coisa. Por isso,
Gosto muito de vocês meu pai galinha e minha mãe protectora.

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