09/09/10

Situo-me num rastilho quente sem suor e curto travar de respiração. Caminho sem saber por onde ando, num pé que estala num andar frágil e pouco dado. Não sei, se estou longe quando só se fala de perto. Oiço, de repente, uma falha do outro lado da rede comunicativa que não me chega num som sonoro. Vem a fala que dúvida da visão ao toque. São os olhos meigos que se libertam das mãos frias e exageradamente descontroladas. Para quê vir o pensamento ? Há com cada coisa que voa sem se saber se tem asas, nós podíamos tomar conta disso como uma razão para a nossa lista de motivos de como é bom termos surgido nos perdidos e achados dos nossos eu's.
Porque é que vem sempre a parte mais difícil ? Dos prós e contras. Sinto-te muito desequilibrado nestas instâncias. A vontade é dominada pelo batimento cardíaco do nosso pestanejar. A ansiedade dá-se no nosso corpo, num peso que só se torna suportável quando os nossos braços se julgarem encaixados. Deito-me redonda num chão de caruma, com uma fogueira do meu lado, as estrelas no meu ângulo de fasquia. E tu. Tu ? Tu a fazer de conta que podemos servir-nos e beber desta água que nos alimenta o resto dos dias. Porque o importante não é o tempo, é aquilo que fazemos dele quando queremos, temos.

2 comentários:

  1. "Porque o importante não é o tempo, é aquilo que fazemos dele quando queremos, temos."
    Não podia estar mais de acordo.

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  2. adorei, completamente!

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