29/09/10

Ela engoliu em seco, a traqueia feria com desaviso a ferida que lhe fazia tossir, o pulmão fechava e saía um bafo. Não opinava razão de choro de sonolência por uma saudade, nem a correria para a paragem lhe fazia suor. Faltou-lhe a respiração. Encaixou o casaco quente contra a janela e encostou a cabeça. De repente num sonho de travagens e muito relance com queda para o desvario, abriu os olhos. Só precisava de uma bicicleta para dar ao pedal e enfiar-se numa rua qualquer que fosse dar à porta dele. Só se lembra de acordar com umas palavras de encantamento e demasiadamente bonitas para a sua vista. Para ele, não lhe faz confusão o pouco tempo que a conhece, se o que se propaga pode ser visto como desanimo ou platónico, interpreta e fala como quem acordasse pela manhã com ela ao lado para lhe continuar a fazer festas como que pela primeira vez num sumário bastante volumoso. A ele as mãos movem-se no corpo dela e para não terminar numa despedida pouco afável, relembra-lhe que as coisas não são as mais difíceis de imaginar. O caminho não se faz devagar faz-se a pensar, que para ele e para ela, não existe uma separação de pessoas existe um eles. Depois do sofá estar quente correram rumo de malas ás costas, cada um no seu comboio e no seu autocarro à espera que um dia, a seguir ao outro seja a realidade não ilusória num breve abraço que os desfaz. Quando se separam, um bip e um 'não te esqueças de mim porque vou voltar'.

2 comentários:

  1. são oito da noite. decaminho vou ao shopz,devo chegar por volta das onze,no mínimo. no entretanto,enche a minha caixa do hotmail com uma 'mensagem' tua,quando chegar vejo. obrigado pela compreensão!

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