05/08/10

Onde é que tu estás ? Já te vi hoje ? Sei como andas, o que comes, o que bebes, a que horas te deitas, o que fazes ? É preciso perguntar ou dás-me já a resposta ? Bastava cinco minutos de pura de conversa e isto não voltava nada ao normal, se alguma vez isto o foi; o é; ou será. São complexidades bastante obscuras para serem dialogadas quando tenho passado muito tempo a praticar monólogos cá para comigo. É esquisito, sei tão bem. Apetecia-me um travo de um sabor qualquer, a menos que fosse amargo ou frio. Sei que a tua cama continua quente, o teu corpo continua a tremer e as tuas mãos continuam imóveis. Grandes e suaves. Mas quietas. E essa cabeça ? Já está no lugar ? A minha ainda anda aos trambolhões como se andasse numa maratona cheia de rasteiras pelo caminho. Como de costume. A isso habituei-me facilmente mas contraditoriamente. Se não te tivesses tu apaixonado pela pessoa que nunca está satisfeita com nada e que tem de ser sempre do contra. Até ti ainda vão uns longos e calorosos km. As minhas pernas não chegam mais a esse peito alto e inofensivo. Um dia. Quem sabe. Deixa-me conseguir digerir isto e depois podes seguir com a tua vida.

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