07/06/10

Depende invariavelmente dos dias. Da forma de estar. Há dias que não a tenho, não há nenhuma de entre todas que se adapte ao meu corpo e consequentemente nem ele se adapta a elas. É como uma hesitação. Estás fora de manobra, está prestes a surgir o acidente e ele só deixa margem para erro. Não sabes como te mover. Mover para reagir, onde existe uma reacção. Pequena, mas continua-se a mover. A culpa foi dos dois, talvez não tão tua. Por muita dignidade que possa haver ainda é difícil a manter num sitio firme. O meu feitio nunca foi compatível. O impulsivismo nunca chegou só em demasia, como me dei conta que me estava a tornar uma péssima pessoa. Uma péssima pessoa que fez virar tudo em nada. Chegámos ao cumulo de nos abastecer demais. Precisava demasiado. Sonhava alto. A existência, acabou sempre por existir. Não no seu interior, porque esse mantém-se igual. E tornamos-nos íntimos mesmo antes de conhecer a verdadeira intimidade. Serviu-se de pouco. Olhar para nós. Ver. Conseguir sentir, este vazio que consome, que amolece os pensamentos. Esses que são destruidores. Destroem. Esses que derivam sempre a tua crua e pura pessoa. É verdade, ainda consigo falar de ti assim. Não prevejo até quando. Só me auto-destruo quando der por tudo terminado. Na profundeza da minha razão, esse campo já está cercado e ninguém pode entrar nele, nem mesmo tu. Tu. Para o interior é um escândalo. Um abrir de olhos, triste. Quis muito. Mas não o manti agarrado. Escapa sempre. Não quero conhecer metade dos motivos. É alguma arma que num travão, bate, sangra, e dói. Dói muito.

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