17/02/10

Todos os grandes amores são invariavelmente trágicos, porque quem ama muito sofre sempre mais, como se amar mais implicasse sempre angústia, quer enquanto o vivemos plenamente e sentimos que o podemos perder, quer depois do amor, quando não queremos e nem sequer sabemos como encarar os dias. Há quem descreva o fim de um grande amor como uma derrocada, porque a sensação de não ficar pedra sobre pedra é a mais comum. É o medo que nos faz avançar, atacamos para não sermos atacados, enquanto lambemos as feridas na caverna. As mulheres choram com as amigas, os homens magoados embebedam-se e desenvolvem mecanismos de evasão fácil: a noite é propícia a equívocos e encontrões sexuais, o álcool e a droga emprestam uma sensação de leveza e amanhã é outro dia.

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